sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

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Hoje eu quero voltar sozinho - O filme que me fez repensar os poemas de amor

por: Augusto Junior de Oliveira

Chegou pra mim um momento na vida em que não são mais os grandes efeitos especiais do cinema que importam. As sutilezas ganham espaço e requinte torna-se desnecessário. Tenho ido de encontro a trabalhos artísticos que me causaram grande comoção e ainda maior vontade de viver no mundo das fantasias. Assistindo ao filme "Eu quero voltar sozinho" pensei brevemente na questão pedagógica que guia minha vida, lembrei-me de uma amiga ter citado-me numa discussão sobre a sexualidade da pessoa com deficiência, que ainda sofre com os tabus que a sociedade tem lhes imposto. De algum modo o filme não me permitiu ser tão didático, logo me tirou das observações secamente antropológicas e me trouxe pro universo da fantasia e do amor. Ali eu vi a inocência dos sentimentos entre duas pessoas, atualmente tão maculado. A pureza dos sentimentos e mesmo o furor das paixões me parecem filhos do mundo oposto; aquele mundo que se parece com o nosso em forma, mas vai muito além em potencialidade, sendo assim, as coisas do mundo oposto são quase inalcançáveis por nós deste mundo simples. E tanta sutileza, tanta simplicidade, inocência lutando, mesmo que um tanto confusa e com medo, pra conseguir algo que realmente vale à pena. Vi em tudo este conjunto de sensação que meus poemas de amor carecem de amor. Não totalmente, mas fracassam miseravelmente em serem completos, por mais bonitos que sejam não atingem a totalidade que só teriam se a inocência vazasse pelas pontas dos meus dedos. E não devo ser cruel e esquecer-me de lembrar que acredito que Gabrielle seja a criatura mais pura e inocente que saiu de mim, além dela desconfio de todo amor das palavras que saíram de mim. Desde que me conheço por poeta crio amores platônicos ou totalmente ausentes de outra pessoa para escrever, e nessa surrealidade falta o algo, e este algo brotou nos meus pensamentos com este filme. Aos que me permitiram repensar meus versos deixo meus sinceros agradecimentos. Lembro-me da graciosidade que é permitir-se aprender diariamente. Não creio que as pessoas que maculam o amor sejam capazes de sentir qualquer bom sentimento em relação ao filme, aos demais deixo a recomendação de assistir, com leveza na alma e os sentidos atentos para reflexão.





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4/ 5
Oleh