imagem Suave para Pedir um pouco mais de Paz e Harmonia |
Qual será o mal do século? Há quem diga que a depressão. Talvez
o seja. Enfrentamos cada vez mais as turbulências de uma sociedade onde o
prazer está no imediatismo e que o novo já nasce com prazo de validade. A
tecnologia do entretenimento avança ao mesmo tempo em que muitas pesquisas
cientificas que melhorariam a condição da vida humana acabam sendo deixadas de
lado, ignoradas, falidas. As relações humanas se modificam e as prioridades se tornam
fúteis. Cresce a agressividade, a vontade de ser mais, ser maior independente
do preço que se pague. Tamanha a histeria que as pessoas já se mantêm
preparadas para o ataque a qualquer momento.
Vivemos aqui, no Brasil, uma onda de agressividade,
especialmente no campo virtual, quando as eleições presidenciais foram
disputadas. Simples civis transformaram suas contas virtuais em fortes de
batalha. Seguraram bandeiras de partidos e lançaram as piores alcunhas em todos
os dissidentes de seus ideais. Amigos desafiaram amigos e perderam seus laços. Pessoas
se declararam abertamente a favor de condutas misóginas, racistas e
preconceituosas. Seguiram a lei do “a qualquer preço”. Como se a bandeira
partidária fosse à pátria a qual se deve defender independente dos meios. As eleições
findaram, mas a disputa partidária ainda invade a virtualidade.
Fosse apenas a luta política que contaminasse a
virtualidade, talvez fosse mais fácil nos recuperarmos dessa situação, mas os
pontos forte, as bases do problema estão no egoísmo humano. A vontade de estarem
sempre certos, a sede por poder e o exibicionismo desenfreado movem a massa rumo
a destruição do Outro. No mundo virtual a ostentação e exibição são as fontes
da luxuria. Citemos a blogosfera como um exemplo, quem consegue fama logo despreza
os que estão iniciando nessa jornada, esquecem que um dia estavam confusos e
curiosos desejando um pouco de atenção por aqui. É como a pessoa que sofre violência
e quando tem uma oportunidade para escolher entre ajudar ou agredir alguém,
abruptamente se vinga do seu sofrimento anterior causando dor a quem poderia
simplesmente ajudar. A ideia é tornar-se forte, desprender-se das características
e de tudo que lembravam sua fraqueza e devastar todos que ainda são fracos.
Aqueles que poderiam dar uma palavra de apoio, desejar boa sorte, criticar
construtivamente não se permitem ser nobres. Na menor oportunidade atacam
ferozmente, batem, humilham, afiam as palavras e no intimo de suas mentes
torpes desejam que o mais fraco desista e que nunca chegue ao seu nível.
Não estou generalizando, ao seria inteligente fazê-lo. Digo
apenas o observável, talvez o óbvio. O instinto de competitividade abala o
ideal de bondade e caridade. No dia-a-dia, no trabalho, no caminho de ida e
volta pra casa, as bombas sempre estouram ou faíscam. Uma pisada no pé, um
esbarrão dentro do ônibus coletivo, um tropeço, um pedindo, qualquer coisa pode
servir para fazer a pessoa explodir em xingamentos, berros e até violência física.
Chegam em casa, ou acessam as redes por seus celulares, avistam uma postagem,
um comentário, algo que não é forte o suficiente para passar por suas
aprovações. Então começam: retalham insultam, gritam. E se a pessoa rebate,
discursa, se defende, já virou comum acusar a pessoa de burra, lançar outras
diversas alcunhas e declarar que todo discurso alheio é “mimimi”. Onde poderia
digitar um “okay, obrigado”, escrevem “se não gostou suma daqui”. Onde poderia
haver boa convivência só resta desprezo.
Claro, e felizmente,
temos algumas exceções, poucas pessoas preferem o “bem viver”, cultivam a
sanidade mental e o respeito ao próximo. Reitero: RESPEITO. Pra alguns a
caridade é possível e a harmonia desejável, esse sujeitos de bom senso são raros.
Assim como um professor não pode se achar maior do que seus alunos, a pessoa
que se dispõe a ser harmoniosa entende que o fato de ter mais atenção da massa
não significa que ela tenha direito de sobrepujar as outras. O vicio da
virtualidade esta no exibicionismo, e reside nisso o mais odiento comportamento
humano: a vil soberbia.
A afetividade vem perdendo espaço (embora, curiosamente, nos
cursos de pedagogia tenha sido uma das palavras que mais ouvi). O carinho, as
palavras bondosas. O simples fato de dedicar um momento de sua atenção a quem
precisa se tornou algo incomum. Isso me lembra um pouco o filme “ O doador de Memórias”. Há
uma banalidade das palavras, e no filme vemos até a exacerbação da precisam na
comunicação. Expressões como “bom dia”, “boa tarde”, “boa noite”, se tornam
vazias, não tencionam de maneira alguma desejar um bem ao próximo. O
desculpar-se é vulgar, não se pede desculpas por arrependimento e sim de
maneira mecânica. Esse caminho perigoso se entende cada vez mais e muitas vezes
a virtualidade o engrandece.
Entre a massa e o Sujeito Raro, eu prefiro ser dos raros. Eu
estarei aqui, tal qual meu titulo acadêmico sugere, disposto a guiar caminhos e
mais a caminhar junto. Não é a virtualidade que causa o caos, é a banalidade
que o ser humana dá em relação ao sentimento do outro e sua incomensurável vontade
de aparecer. As coisas não podem ser conquistadas a qualquer preço, muito menos
algo tão inglório quanto o Poder e a Atenção.
Os pecados capitais da Virtualidade
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Oleh
Professor Augusto Junior
7 comentários
Escrever comentáriosOlá Augusto !
ResponderComo vai espero que bem !
Frase tirada do post '' No mundo virtual a ostentação e exibição são as fontes da luxuria.''
Para mim esse é um dos maiores pecados !
Afinal o mundo é injusto de mais !
Adorei seu post !
beijooos
eduardaarosaa.blogspot.com
Obrigado pela visita. Eu adorei seu blog, especialmente a parte gastronômica ( quando mais eu quero emagrecer mais procuro comida rsrsrs)
ResponderAmei post mto bom e bem escrito o que tem sido raridade na blogosfera
ResponderAgradeço a receptividade, Claudia. Muita paz e luz sempre. Abraços
Responderadorei o seu blog seguindo vc já
Responderhttp://www.modanamao.com.br/
Muito bom o Blog! Sensacional
ResponderOlá, Augusto.
ResponderGostei muito do post. Parabéns, sucesso!
https://novosromeus.blogspot.com