“Para de ficar rezando e batendo no peito! O que eu quero
faças é que saias pelo mundo e desfrute de tua vida. Eu quero que gozes, cantes,
te divirtas e que desfrutes de tudo o que eu fiz para ti.
Para de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu
mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas
montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Ai é onde Eu vivo e ai
expresso meu amor por ti.
Para de me pedir perdão. Não há nada para perdoar. Se eu te
fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimento, de
necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se
responder a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se
Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos os
meus filhos que não se comportassem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de
Deus pode fazer isso?
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei;
essas coisas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram
culpa em ti. Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única
coisa que peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja
teu guia.
Para de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas
que Eu seja? Me aborrece que me louvem! Me cansa que me agradeçam. Tu te sentes
grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Te
sentes olhado? Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.
Para de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que
te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estas aqui, que estás vivo, e
que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para
que tantas explicações? Não me procure fora! Não me acharás. Procura-me
dentro... Aí é que estou.”
Deus, segundo Baruch de Spinoza ( 1632- 1677)
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Oleh
Professor Augusto Junior