terça-feira, 13 de janeiro de 2015

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Deus, segundo Baruch de Spinoza ( 1632- 1677)




“Para de ficar rezando e batendo no peito! O que eu quero faças é que saias pelo mundo e desfrute de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que eu fiz para ti.

Para de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Ai é onde Eu vivo e ai expresso meu amor por ti.

Para de me pedir perdão. Não há nada para perdoar. Se eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimento, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se responder a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos os meus filhos que não se comportassem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?

Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas coisas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti. Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.

Para de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Me aborrece que me louvem! Me cansa que me agradeçam. Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Te sentes olhado? Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.

Para de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estas aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações? Não me procure fora! Não me acharás. Procura-me dentro... Aí é que estou.”


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Oleh