domingo, 18 de outubro de 2015

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Peter Pan: A Origem da Lenda (Livro)


Dando sequência a comemoração ao mês das crianças trouxe a vocês mais uma vez a historia de Peter Pan, anteriormente falei do filme e hoje lhes apresento o livro. Espero que apreciem a postagem e que a leiam com a mente e coração abertos para a magia:

Você perceberá por conta própria como é difícil acompanhar as aventuras de Peter Pan, a menos que esteja familiarizado com os jardins de Kensington. Eles ficam em Londres...(p.7)

O Autor após nos descrever os vislumbres dos jardins nos apresenta uma proposta fantasiosa e divertida onde todas as crianças originalmente seriam pássaros. No seu dizer as pessoas iriam aos jardins e colocariam na água as informações sobre o tipo de criança que gostariam de receber. O papel iria pela água até o centro do lago e chegariam à ilha onde o Corvo Salomão gerencia os pedidos. Ele brinca com as pessoas, gosta de enviar meninos quando pedem meninas e vice-versa, escolhe as mais levadas pra uns e as mais calmas para outros. Peter Pan é um desses meninos, que como todos os outros, nasceram pássaro, mas resolveu que deveria voltar para seu lugar de origem: o jardim.

Bem, Peter Pan saiu pela janela, que não tinha grades. Ele ficou no parapeito e observou à distancia as arvores que, sem dúvida, eram os jardins de Kensington. NO momento em que as viu, ele se esqueceu completamente de que era um garotinho usando pijamas e saiu voando, passou pelas casas e se dirigiu aos jardins. É incrível que ele possa ter voado sem asas, mas o local onde elas costumavam estar eram muito sensíveis e, talvez, todos nós pudéssemos voar se tivéssemos absoluta certeza de tal capacidade, assim como aconteceu com Peter Pan naquela noite. (p.21)

Toda narrativa é muito fantasiosa e prazerosa.Há alguns pequenos conflitos e indecisões, alguns momentos expressam um pouco de tristeza, como a decisão de Peter em ficar com as mães ou com as fadas, mas a felicidade sempre se eleva e toma conta das cenas. A vida se torna magia, pássaros pessoas e meninos falecidos se tornam andorinhas. As fadas dão seus bailes e nunca dizem coisas como “estou feliz”, elas só dizem “ estou dançante”, porque as fadas amam dançar e amam ainda mais ter Peter Pan tocando sua flauta para elas. Vaga-lumes trazem à luz aos bailes e as árvores despertam à vida durante a noite quando os portões do jardim se fecham; é o momento em que os humanos estão distantes e os seres mágicos saem de seus esconderijos.

A história trás algumas outras crianças, David da qual o narrador sempre fala, seria a criança mais próxima dele e para a qual conta histórias e conversa sobre Peter Pan. Também há uma adorável menina chamada Maimie e seu irmão Tony. A menina Maimie é uma menina tranquila durante o dia, mas é diferente durante a noite. A noite ela assusta seu irmão falando de criaturas imaginarias.
Maimie protagoniza uma aventura quando decide ficar no jardim após o fechamento dos portões. Uma confusão aqui, outra ali e por fim ela encontrará Peter Pan. O dialogo é curioso, Peter se confunde e Maimie se enrola com as palavras. Ao vê-lo chateado ela lhe oferece um beijo.

Mas como ele já nem se lembrava o que era um beijo, apenas agradeceu e estendeu a mão, entendendo que ela estava oferecendo alguma coisa. Aquilo foi um grande choque para Maimie, mas ela percebeu que, se tentasse explicar, Peter ficaria constrangido. Então com extrema delicadeza, ela deu a ele um dedal que, por acaso, estava em seu bolso, e fingiu que aquilo era um beijo. (p.83)

A cena segue e a admiração de Maimie cresce conforme Peter lhe conta suas aventuras. A pequena estão diz a Peter que ele poderia dar-lhe um beijo se quisesse, e brindamos outra cena divertida: Peter imagina que a garota quer o dedal de volta. Eis que a menina brinca novamente com as palavras:

_ Não quis dizer beijo, e sim dedal.
_ O que é isso? _ Peter perguntou.
_ É isso_ ela disse ao lhe dar um beijo.
_ Eu adoraria lhe dar um dedal_ Peter disse, com firmeza, e deu um dedal a Maimie.
Ele deu muitos dedais para Maimie... (p.85)



Não vou contar muito mais ou lhes entrego o livro. O que é importante dizer é que ele é repleto de magia, doçura e inocência. Não vamos encontrar Sininho e Wendy, ainda não. O livro, como o subtítulo propõe, trata-se da origem. É a oportunidade que nos é ofertada de conhecer as coisas antes de elas serem aquilo que já se eternizou em nossas memórias. Esse resgate é o mesmo que propõe o recém-lançado filme Peter Pan (embora o filme e o livro sejam totalmente diferentes, passando-se em momentos e circunstâncias diferentes). Ambos merecem atenção, leia e assista com carinho. Para saber um pouco mais do filme clique aqui.

Avaliação do livro:
Diagramação: perfeita.
Capa: perfeita
Desenvolvimento da historia: perfeita
Nota (1 a 10): 10


Porque “tudo isso”? Porque precisamos entender que algumas coisas são simplesmente perfeitas, produzidas com puro encanto como se o autor e cada pessoa envolvida na produção da obra fizesse seu trabalho com esplêndido carinho e dedicação. O livro é milimetricamente encantador.


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Extras...
Vida e Obra do Autor

Embora eu seja apaixonado pela história, percebi que não sabia muito sobre o autor. Então fiz varias buscas, li bastante coisa e escolhi um texto do L&PM blog para apresentar o autor a vocês:




James Matthew Barrie nasceu em Kirriemuir, na Escócia, em 1860, o nono entre os dez filhos do casal David e Margaret. Aos sete anos sofreu um trauma muito forte com a morte do seu irmão David e a decorrente depressão da mãe. Quando completou treze anos, foi estudar na Glasgow Academy e, posteriormente, na Dumfries Academy, onde entrou em contato com os clássicos da literatura, antes de ingressar na Universidade de Edimburgo. Durante o período universitário, tornou-se crítico de teatro e passou a fazer parte de um grupo de debates, experiência que o ajudou a superar a timidez. Graduou-se em 1882 e três anos depois, após um breve período escrevendo para o Nottingham Journal, mudou-se para Londres, onde passou a publicar artigos e contos, sempre carregados de humor.

O reconhecimento veio com Auld Licht Idyllis (1888), uma coletânea de esquetes sobre a Escócia rural no início do século XIX. Seu primeiro romance, The Little Minister (1891), foi bem acolhido pela crítica e pelo público, assim como sua adaptação para os palcos em 1897.

Em 1894 casou-se com a atriz Mary Ansell, que atuara em uma de suas peças. Eles se divorciaram em 1909, após o caso de Mary com o dramaturgo Gilbert Cannan vir à tona. Mesmo durante o casamento, Barrie manteve uma relação próxima com Sylvia Llewellyn Davies, cujos cinco filhos lhe serviriam de fonte de inspiração. (Depois da morte de Sylvia, o “Tio Jim” se tornaria o tutor das crianças.)

No ano de 1896, Barrie produziu dois trabalhos importantes: Margaret Ogilvy, a biografia de sua mãe, eSentimental Tommy, um romance que, assim como o seguinte, Tommy and Grizel (1900), antecipou o seu mais famoso personagem, Peter Pan. O menino que não queria crescer apareceu também em alguns capítulos do romance The Little White Bird (1902). Já a peça Peter Pan, or The Boy Who Would Not Grow Upestreou em Londres em 27 de dezembro de 1904 e foi um sucesso imediato. Barrie posteriormente publicou o trecho de Little White Bird dedicado a Peter Pan em um volume intitulado Peter Pan em Kensington Gardens, em 1906, e depois transformou aquela peça num romance, Peter and Wendy, em 1911.

Seus últimos trabalhos incluem as peças Dear Brutus (1917), Mary Rose (1920) e The Boy David (1936). J. M. Barrie, contemporâneo e amigo de Arthur Conan Doyle e H. G. Wells, morreu em decorrência de uma pneumonia em 1937.


fonte da biografia, L&PM blog, disponível aqui.

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4/ 5
Oleh

1 comentários:

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19 de outubro de 2015 às 11:04

Resenha maravilhosa, que realmente estiga o leitor voltar sempre ao blog.
Desde já, meus parabéns! Indubitavelmente irei ler este clássico revivido.

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