domingo, 24 de janeiro de 2016

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Integração Escola/ Hip-Hop e Funk e Valorização da Identidade Cultura

Porque utilizar o hip hop e funk como ferramenta de aprendizagem?
Primeiramente porque se entende que a musicalidade de modo geral é bem quista pelas pessoas, independente de quem seja, toda pessoa gosta de musica. Para falar de educação não nos basta manter-nos no formal e culto, é preciso contextualizar as situações. Muitos de nossos alunos só se verão representados quando encontrarem na escola trabalhos que lidem com a dinâmica de suas vidas na comunidade. Na vivencia deles o funk e hip hop estão presentes e são elementos culturais que não podem ser desconsiderados.

A origem dos ritmos musicais diz muito sobre o período em que foram desenvolvidos, assim como a progressão dos ritmos está amparada nos momentos histórico-sociais que se seguem. O rap e funk há muito narram as situações das periferias. Lembro-me de que há algum tempo os funks e raps mais comuns tratavam do cotidiano da periferia, contavam historias da luta do povo, dos amores que nasciam e morriam no dia a dia dentro da vida dura que lhes era imposta. Hoje vejo menos dessa contação de história, mas ainda assim o funk e o rap refletem e dizem muito sobre o que está acontecendo. Mesmo a construção do funk ostentação que fala sobre situações distintas da vida da favela ainda mostra que o individuo da favela quer ser visto, e o MC vai ser visto, quer a sociedade queira ou não. 


Haverá pontos positivos e negativos em todos os ritmos dependendo do espoco que se direcionem a ele. O funk e o rap são comumente marginalizados. Se pensarmos neles dentro da dinâmica escolar encontraremos poucas instituições que se permitiram compreender e abraçar a cultura que o aluno traz. Durante os cursos de Pedagogia discutimos muito sobre a importância da relação entre a comunidade e a escola, porém depois de formados são poucos os profissionais que se importam ou estão disposto a fazer unir ideias e culturas. Na escola muitas ideias morrem, muitos sujeitos têm suas realidades ignoradas e a representatividade se cala. Os preconceitos que os professores e gestores trazem consigo são as armas que atingem e destroem sonhos e identidades. Paulo Freire nos alerta
O Mundo é a realidade natural e cultura ao mesmo tempo
É preciso desconstruir os preconceitos dos professores e gestores educacionais e inserir na dinâmica escolar ( claro que dentro das possibilidades do espaço) situações em que os alunos não só possam ter acesso a cultura deles, mas também possam analisa-la de maneira critica. Por exemplo, algumas letras de funk e hip hop são extremamente machistas/sexistas, assim pode-se dialogar com os alunos sobre os elementos dessas letras, para que eles percebam o que é divertido e o que é desrespeitoso.

O professor deve evitar tachamentos como “ isso não é musica”, “é musica de bandido”, “não é cultura”, “não presta pra nada”, “é promiscuo”. As opiniões do professor não podem atrapalhar o desenvolvimento dos diálogos. Deve-se lidar com informações e observações, para que os alunos construam suas reflexões criticas e por pensamentos próprios façam suas escolhas.Lembro-me de minha atuação durante um Projeto do Governo Federal onde eu como coordenador em uma escola desenvolvi um Projeto Identidade, buscava com meus alunos ações onde eles pudessem se reconhecer como sujeitos de identidade e cultura, com ideias próprias e com direito a seus gostos. Fizemos dentre outras ações um show de talentos onde cada qual apresentou o que desejava, tivemos frevo, poesia, maquiagem, desfile, palhaços e o Funk. O funk faz parte da vida dos alunos, eles ouvem o funk em casa ou pelas ruas, negar isso é esmagar a identidade deles. Cabe a escola, despida de preconceitos, analisar a melhor maneira de se produzirem dinâmicas de valorização e respeito à diversidade.

Chuck-D, líder do Public Emeny, nos traz uma fala, que podemos apresentar aos alunos para iniciar uma discussão sobre o tema:

O rapper escreve sobre o que sabe, portando se o conhecimento for limitado, o rap será obviamente limitado

Essa frase casa-se bem com a ideia do espaço escolar e a construção cultural. Podemos incentivar nossos alunos a não serem sujeitos rasos, deixar que eles vejam que através da aquisição de diversos conhecimentos eles poderem produzir inteligentemente seus próprios trabalhos. O conhecimento é libertador e dará asas para as suas ideias.

Lidar com o hip-hop/rap e funk na escola liga-se diretamente às questões de preconceitos e racismo. Muitas letras falam sobre conflitos sociais, da opressão sofrida das favelas, do racismo gritante e as imposições sociais onde o negro e o pobre são lançados nas páginas dos jornais apenas para noticias negativas de criminalidade e violência. Os alunos precisam reconhecer-se como sujeitos, como capazes de se destacar. O jornal escolar é uma iniciativa bacana pra isso, pode-se apresentar neles atividades dos alunos para que eles vejam naquele jornal as coisas positivas e boas que são capazes de produzir. numa iniciativa ainda maior as Escolas podem se mobilizar para que os alunos participem de competições de esporte e conhecimento para que eles se vejam aprender e lutar por vitórias. Desconstruam a ideia de que “preto e pobre” só aparecem em jornal nas noticias de morte, drogas e violência. Que tal montar um jornal escolar nas escolas que vocês trabalham, ou propor aos professores dos seus filhos essa ideia e dar visibilidade para os alunos? Dentro desse jornal podemos dar espaço à fala dos alunos. Pode-se construir um espaço para fotos e apresentações e trabalhos desenvolvidos por esses. Valorizem seus alunos, trabalhe, além do jornal com outras situações onde eles se sintam representados e valorizados, pode-se, por exemplo, trabalhar com artistas que façam parte do contexto de vida deles. Os jovens já estão mesmo cansados de serem julgados e condenados por seus gostos, condenações que vem majoritariamente de gente que mostra não conhecer seus sentimentos, anseios e nem o que realmente está por trás da cultura que eles admiram. 

Alguns livros são bons para discutir essas situações, dependendo sempre da série dos alunos e exigindo preparo do Professor (nunca trabalhem um livro ou filme com as alunos sem prévio conhecimento; se vai trabalhar um livro o leia por completo, se for trabalhar um filme assista-o integralmente com muita atenção e já observe as intervenções necessárias pare levantar as discussões com os alunos. Durante minha atuação no Projeto eu utilizei-me muito das musicas de Flavio Flavio Renegado. Suas letras são muito bem preparadas e trazem reflexões pertinentes, As letras são tranquilas para serem trabalhadas em sala de aula sem despertarem desconforto por parte de pais e gestores. Flavio Renegado vem do Alto Vera Cruz, uma comunidade localizada em Belo Horizonte, tornando-se ainda mais importante na dinâmica das escolas de Belo Horizonte e Região Metropolitana pois mostra que ele, que vivenciou a realidade de nossa cidade, da vida e das batalhas da comunidade, é atingiu um grau muito bom de reconhecimento na sociedade e na mídia. Quanto atuei com alunos menores, alunos de 2°/9 utilizei de livros mais simples e muito teatro. Sem a devida intervenção do professor um livro muito bom pode ser trabalho pessimamente se o professor não atuar de maneira correta. Cito alguns:




O garoto Eno é levado a se perguntar pela sua origem. Negro, ele percebe o preconceito da professora que sugere que Eno pinte o desenho da mãe, negra, de amarelo por ser uma cor mais bonita. Não pode haver tristeza maior para o seu coração. A mãe, que ele tanto amava e era tão linda! E a professora era professora, afinal tão difícil era contestá-la. Mesmo triste, Eno procura saber no dicionário uma explicação para o preconceito. O dicionário não ajudou e ele seguia triste até que o avô tem uma conversa decisiva com ele. E mais do que conversa, aconchegou-o com todo amor. Quer força maior contra o preconceito?


Griot é o contador de histórias africano que passa a tradição dos antepassados de geração em geração. O objetivo dessa coleção é trabalhar a identidade afrodescendente na imaginação infantil. E é justamente à imaginação que esses livros falam a partir de uma composição sensível, de textos curtos e poéticos, associados a belas ilustrações. Modo lúdico de reforçar a autoestima da criança a partir da valorização de seus antepassados, de sua cultura e de sua cor.


Uma menina que vive na África sonha ter tranças longas, enfeitadas com pedras coloridas e conchinhas, como as de sua irmã mais velha e de outras mulheres de seu convívio. O livro elege a fantasia como valor capaz de recobrar o sentido mais profundo da infância. Suas belas ilustrações e os personagens bem delineados são capazes de trazer ao leitor uma visão da cultura africana, permitindo, assim, repensar também a cultura brasileira.


Lelê não gosta do que vê - de onde vem tantos cachinhos? Ela vive a se perguntar. E essa resposta ela encontra num livro, em que descobre sua história e a beleza da herança africana.

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Para os Professores esse livro abaixo é uma boa sugestão de leitura:


"A escola se constitui em um instrumento reprodutor de preconceitos e práticas racistas nem sempre explícitas, que se caracterizam, principalmente pelo silenciamento não trato das questões étnico – culturais, tendo como suporte o livro didático indicado às séries de alunos que se encontram na idade de formação de valores e por isso conteúdos assimilados deverão moldar as suas personalidades construindo suas identidades e reforçando padrões de comportamento. É indispensável que os currículos e os livros escolares estejam isentos de qualquer conteúdo racista ou de intolerância. Mais do que isso. É imprescindível que reflitam, em sua plenitude, as contribuições dos diversos grupos étnicos para a formação da nação e da cultura brasileira."

Eu tenho uma peça de teatro (digo tenho porque eu criei). Que desenvolvi com meus alunos que eu coloco um reino governado por uma rainha muito inteligente. É importante porque o reino é governado por uma mulher, e um mulher negra. Ajuda na construção da ideia de que a mulher tem poder e capacidade para comandar, ideia essa que muitas vezes é atacada por pais e professores com comentários torpes que inferiorizam a mulher. Combater o machismo também é parte do processo de trazer aos alunos reconhecimento de suas identidades e valorização deles como sujeitos críticos e criadores em sociedade. O cenário musical tem muitas mulheres que se destacam por talento e letras poéticas, fortes e reflexivas. Uma das que mais que encanta pelo trabalho é a Flora Matos, mas há muitas outras.
Nós, mulheres no rap, estamos driblando o preconceito com criatividade. Esse desafio é pura inspiração, eu transformo isso em música. Meu público é formado por uma maioria feminina e eu sinto que alguns homens estranham, mas eles estão ali. Estão presentes e estão respeitando (Flora Matos)
O meu texto, essa postagem, talvez não esteja tão completo quando gostaria, mas deixo a vocês a oportunidade de, através dele, iniciarem suas próprias reflexões, deixarem de lado um pouco da hipocrisia cotidiana que nos faz julgar coisas que nem mesmo conhecemos plenamente e que possam fazer desconstruções e construções que lhes permitam amar e repeitar mais. Confiram por fim alguns links importantes:

No Facebook, minha Página: Integração Escola/Hip-Hop/Funk: aqui.
Aqui no Blog minha peça de teatro A Rainha Érica e o Reino Sem Papel: aqui.
Da revista O Grito! um teto muito bom sobre artista feministas: aqui.

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Integração Escola/ Hip-Hop e Funk e Valorização da Identidade Cultura
4/ 5
Oleh

16 comentários

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24 de janeiro de 2016 às 17:45

Um tema interessante, na verdade estou aqui sem falar o que dizer.
Um tema que aborda um leque de opções.
Nossas escolas ainda são muito tradicionais em todas as questão. Exemplo: aquele monte de clássicos obrigatórios, que aliás são leitoras para pessoas mais velhas.
Já começa ai algo que não concordo.
Hip-Hop tem uma linguagem interessante na música que sim deveria ser mais explorada na escola, já que muitas vezes o Hip-hop tem uma critica a sociedade muito grande.
Já o Funk depende muito.
Dois gêneros que não gosto, confesso. Mas por outro lado teu texto deixou uma grande reflexão no ar. Parabéns.

Beijinhos, Helana ♥
In The Sky, Blog / Facebook In The Sky

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24 de janeiro de 2016 às 18:13

Estes estilos musicais, especialmente o funk nos deixa arredios especialmente pela forma que as musicas são apresentadas. Muitas vezes ouvimos sem querer e encontramos letras difíceis de lidar. na dinâmica escolar é necessário todo um preparo tanto pra escolha das musicas como sobre a maneira que as aulas devem ser conduzidas. A leitura de clássicos que você mencionou faz parte desse saudosismo exagerado da escola, que se prende muito ao tradicional. Acredito que seja necessário trazer pros alunos leituras mais jovens e atrativas, que faça despertar neles o gosto pela leitura. Se houver todo um processo desde os anos iniciais até os finais, os livros clássicos podem aparecer com a função de apresentar aos alunos os estilos literários e mostrar a eles que coisas boas também foram produzidas no passado ( essa parte seria mais pros anos finais). Com o trabalho correto e bem alinhado dá pra fazer um ótimo trabalho. Obrigado pela visita e pelo comentário <3

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25 de janeiro de 2016 às 00:58

Olá, vou ser sincera e falar que não gosto dos gêneros, mas não é porque não gosto que vou ter preconceito ou agir de uma maneira diferente com os que gostam. Não acredito que tenham algo a acrescentar na vida de uma pessoa, tirando os grandes famosos que ganham enormes quantias com isso. Não apenas nesses dois, mas em diversos outros gêneros musicais. Acho a letra desrespeitosa e a maneira de dançar vulgar (quero frisar e deixar claro, que não é apenas nesses dois). Não gosto, mas essa é a minha opinião, assim como acontece no samba, carnaval e tal, eu fico entristecida quando vejo a nossa "cultura" ser levada pelo mundo de tal forma. Acho que muita gente vai criticar meu comentário, muitos vão discordar, mas realmente eu não gosto e deixei minha opinião sobre o assunto.

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25 de janeiro de 2016 às 08:16

Fica tranquila Beatriz, eu entende bem seu ponto de vista. É como eu mencionei anteriormente, costumamos ouvir o funk sem termos procurado por ele, aquele que os vizinhos colocam ou que a gente ouve de alguém sem fone de ouvido. Para perceber o positivo do funk você tem de ir de encontro a ele. Embora possa parecer que o funk se resume a letras envolvendo sexo a realidade é outra. O funk proibidão e o ostentação são os mais famosos, assim se você não ir a fundo vai conhecer apenas eles ( e ele tem sim muito pontos criticáveis). Mas existe outros funks que não giram em torno de sexo, com letras sem palavrão e alguns com reflexões sociais. Poderia citar aqueles funks antigos do tempo do Claudinho e Buchecha, mas como o tempo deles já passou vou ser atual, por exemplo, você já deve ter ouvindo o Passinho do Romano, né? Então, a musica tem mais de uma versão ( assim como acontece com outras musicas). em 2014 quando eu coordenava o Projeto eu desenvolvi um Show de talentos, nessa circunstancia eu procurva favorecer a identidade dos alunos, eles apresentariam algo que gostam e seriam valorizados por isso. O funk é inegavelmente parte da cultura dos jovens com os quais eu trabalho, é parte da identidade deles e eu não tentaria tirar isso deles. Assim alguns alunos quiseram dançar funk. Como mencionei dentro da postagem é o preparo do professor que faz a diferença, entramos num acordo quando a musica apresentada e o Passinho do Romano estava em alta. Escolhi uma letra tranquila de ser trabalhada no espaço escolar, ouvi juntamente com a Direção da escola a musica toda e autorizamos a dança. Assim a coisa flui bem sem ninguém ser desrespeitado em sua identidade. Levando em conta as faixas etárias e o ambiente escolar eu não poderia usar musicas sexualizantes. E nesse discernimento e bom senso que o trabalho pode ser realizado, com muito pensamento e planejamento. Eu mesmo não gostava de funk há alguns anos, eu até detestava mesmo, mas por ser professor eu procurei estar em contado com a realidade dos meus alunos, e confesso que aprendi muito, inclusive sobras as questões sociais por trás do funk. Mesmo o funk "difícil de ouvir" tem algum sentido no contexto que foi criado, é preciso pensa-lo além da letra. Obrigado pelo comentário, Beatriz. Abraços

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25 de janeiro de 2016 às 10:10

Olá meu anjo,

Até hoje me pergunto porque não me formei em Pedagogia haha. O problema sempre esteve justamente na incoerência entre Teoria e Prática. No curso somos lembrados e sensibilizados pelas diversas vozes sociais que necessitam da nossa ajuda para serem ouvidas, entretanto nos formamos e simplesmente desviamos nosso foco dessa luta pela vozes "silenciadas".

Toda cultura é representação de um povo. Um grito pela atenção. Uma palavra de Liberdade.

O Rap e o Funk são as vozes dos "excluídos" ou daqueles que foram omitidos da sociedade. Os estilos musicais que traduzem seus sentimentos e frustrações diárias.

O que vemos é uma negação ridícula do status de "Música Boa" para esses gêneros musicais, o que parte do fundo preconceituoso que as pessoas teimam em alimentar e que causa uma guerra social entre as pessoas.

Minha vida acadêmica sempre me deu a oportunidade de conhecer uma realidade diferente da minha e me sensibilizar para ajudar aqueles que querem voz e anseiam por ser reconhecidos e respeitados na sociedade.

Beijos!
poesiaqueencantavida.blogspot.com.br

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25 de janeiro de 2016 às 22:40

Olá, Augusto.
Adorei seu texto e dou muita razão a tudo que você escreveu.
As dicas dos livros foram bem pertinentes e acredito que devemos usar uma música que faz parte do cotidiano de nossas crianças e jovens para levar ensinamentos para eles.

Lisossomos

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26 de janeiro de 2016 às 01:04

Não sei o que dizer!
Esse é, provavelmente, o texto mais completo e racional que li sobre o assunto até agora. Você desenvolveu suas ideias com maestria e me trouxe várias reflexões acerca do assunto. Realmente precisava disso.
O Funk, e qualquer outro gênero musical com uma boa letra de incentivo que não apenas divirta, mas alerte e posicione, pode ser usado no ensino de jovens e crianças. Por ser atual, visual e acessível acaba incentivando mais que uma ou duas horas de uma aula corrida sem estímulos para os alunos. Uma boa dinâmica é sempre bem-vinda :)

Parabéns pelo post!
Beijos
http://umaleitoravoraz.blogspot.com.br/

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26 de janeiro de 2016 às 16:52

Oi ,consegui chegar aqui afinal!Na escola onde sou voluntária, tem show de talentos e esse ano será em abril. Sinceramente não gosto de funk e nem sou fã de hip-hop, o que realmente me deixa irritada são as batidas. Quanto às letras, cada pessoa apresenta o que gosta,eu sou do rock pop nacional e internacional,do mpb,até sertanejo ouço algumas coisas. Enfim, torço para que as pessoas possam ser felizes com suas escolhas e que nas escolas cada vez mais possa haver conhecimento, seja lá como for. E espero que gostar ou não de algo seja sempre livre e não seja visto como preconceito. No meu caso é só livre escolha mesmo.Forte abraço e boa sorte!

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26 de janeiro de 2016 às 17:03

Hey, Mila. Obrigado pela visita <3 Impossível mesmo seria gostar de tudo, eu por exemplo ouço diversos estilos, mas não gosto de pagode kkkk ( não vejo nada errado no pagode, nem nas letras nem nas construções, só não gosto mesmo)

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26 de janeiro de 2016 às 23:21

São dois estilos de músicas que não fazem parte do meu gênero musical favorito, mas acredito que tudo citado no post está de acordo, não dá para julgar. Vão ter letras ruins e boas em qualquer estilo. E não dá para ensinar as crianças que elas não podem escutar aquilo. Mas acho que é uma questão cultural que ficou enraizada né? Música de pobre, de marginal, etc... é triste, mas acho difícil mudarem essa percepção das pessoas.
www.apenasumvicio.com

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27 de janeiro de 2016 às 20:54

Olá... realmente muito bom o seu texto... faz tempo que não passo por aqui e sempre me surpreendo com o que diz.
Acho super válida essa mistura de música com a educação... independente do gênero... esses gêneros que vc citou no post, mesmo eu não gostando atualmente é a voz dos jovens.
Qual o melhor jeito de alcançá-los?

beijos
Mayara
Livros & Tal

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Ju
27 de janeiro de 2016 às 21:34

Eu nunca fui muito chegada em música, mas não posso discordar de que inserir músicas com que os alunos convivem fora do ambiente escolar possa realmente ser benéfico. Principalmente se for da forma como você expôs, usando o conteúdo delas para construir o conhecimento, ajudar os alunos a verem o que é desrespeitoso ou não e refletir sobre a realidade em que vivem. E achei o máximo você ter criado uma peça para trabalhar, em que tem uma rainha negra. É super importante combater o preconceito, e com certeza você encontrou uma ótima saída para isso.

Beijo.

Ju
Entre Palcos e Livros

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28 de janeiro de 2016 às 09:10

Ah se as escolas adotassem os livros não só como histórias de exemplos mas como ferramentas boas para auxílio aprendizagem (entende como?).
Eu já aprendi muito com a música quando mais nova e confesso que independente do gênero eu posso dizer realmente que eu aprendi.
Beijos

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28 de janeiro de 2016 às 12:43

Oi, Augusto. você fez um texto simples para falar de algo importante, respeito e valorização cultural de todos os grupos, o que muitas vezes não acontece no âmbito escolar, visto que há uma exaltação da cultura eurocêntrica.
Infelizmente, a questão da multiculturalidade passa pro diversos fatores, da formações do professor a construção do Currículo escolar, a escola é parte integrante da sociedade, essa é uma condição 'sine qua non' se socialmente determinados grupos são marginalizados, suas vivências e produções culturais, a de se entender a materialização dessa marginalização também na escola. Por isso, a importância da discussão sobre as teorias curriculares, entender o que fazemos em nossa atuação, não simplesmente reproduzir sem ao menos pensar. Lógico que esse ainda é um modelo de Tylor, onde o educador e o educando apenas repetiam ações mecânicamente sem questionar cada uma dessas ações.
Você já leu Educação para além do capital?

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31 de janeiro de 2016 às 14:02

Oi Augusto, tudo bem
Eu acredito em darmos voz a quem tem o que dizer e a música é um veículo perfeito para ser ouvido. As pessoas se comunicam de formas diferentes e a escola ou o professor que conseguir falar a mesma língua que seus alunos estará fazendo uma grande conquista. Adorei a ideia de trazer a música para sala de aula.
beijinhos.
cila.
http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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1 de fevereiro de 2016 às 21:53

Oiii, Augusto!
Adorei o seu texto... Acho demais que a música, independente do gênero, deveria fazer mais parte do cotidiano das crianças, aprendi muita coisa com musica, até inglês e acho que Funk, hip hop, rock, sertanejo, tudo é musica e essa coisa de discriminar pelo gênero é pura bobagem!!
Beijos

LuMartinho | Face

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