quarta-feira, 29 de julho de 2015

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O Restaurante no Fim do Oniverso ( série O Mochileiro das Galaxias

Coisas estranhas e incríveis acontecem no universo literário criado por Douglas Adams. Enquanto lia sua obra “O restaurante do Fim do Universo”, livro de numero 2 da série O Mochileiro das Galáxias, lembrei-me daquele velhinho de Jurassic Park dizendo ‘não poupei despesas’. Esse é o estilo de Adams, ele não nos poupa de seu talento e inteligência. O próprio titulo do livro brinca com as palavras, quando finalizei o livro anterior imaginei que eles iriam até o ‘local’ Fim do Universo para o tal restaurante, me surpreendi com eles indo para o ‘tempo’ Fim do Universo.


Vemos nesse livro as desventuras de Arthur Dent, Ford Prefect, Zaphod, Trilliam e meu adorado robô maníaco-depressivo Marvin (Colocaria ele na mesma estante que o R2D2 e o C3PO). As coisas mais loucas acontecem nesse livro, ainda mais improváveis do que as que constam no primeiro livro. A trama joga com o humor e o suspense e a aventura no leva a dois elementos fantásticos: o encontro com o homem que rege o Universo e o ‘retorno’ de Arthur Dent para a Terra (calma, a coisa é muito mais louca do que parece, vale lembrar que a Terra foi destruída para que se construísse uma via expressa hiperespacial). 

Não da pra falar muito sem soltar mais spoiler, mas devo dizer que a obra de Adams é totalmente esplêndida e absurda. Vou apenas comentar uns trechos curiosos, alguns engraçados e outros reflexivos. Primeiro vemos o conflito linguístico que se propõe pela viagem de tempo, vejamos:
Um Dos maiores problemas encontrados em viajar no tempo não é vir a se tornar acidentalmente seu próprio pai ou mãe. Não a nenhum problema em tornar-se seu próprio pai ou mãe com que uma família mente aberta e bem ajustada não possa lidar. Também não há nenhum problema em relação a mudar o ciclo da história- o curso da história não muda porque todas as peças se juntam como num quebra-cabeças. Todas as mudanças importante já ocorreram antes das coisas que deveriam mudar e tudo se resolve no final.
O problema maior é simplesmente gramatical, e a principal obra a ser consultada sobre essa questão é o tratado do Dr. Dan Streetmentioner, o Manual das 1001 Formações de Tempos Gramaticais para Viajantes Espaço-Temporais. Nesse livro você aprende, por exemplo, como descrever algo que estava prestes a acontecer com você no passado antes que o acontecimento fosse evitado quando você pulou para frente dois dias. 

Confuso, não é mesmo? A coisa é louca e gera falas com palavras estranhas do tipo:

Foi construído a partir dos restos fragmentários de um planeta em ruínas que se encontra (teria sendo se encontraído) fechado numa vasta bolha de tempo e projetando...

Nele, os fregueses sentam-se (terseão sentaído) nas mesas e comem (terseão comeído) suntuosas refeições enquanto contemplam (estarão contemplareando) toda a criação explodir a sua volta.

Outro momento curioso é quando uma vaca se apresenta diante de nosso protagonistas dentro do Restaurante no Fim do Universo ( Milliways) e dialoga com eles sobre quais partes de seu corpo eles podem comer e em qual preparo. Explico: foram criados animais que desejam ser abatidos e comidos para evitar que se abatam e comam animais que não o desejam. Arthur Dent fica abismado com a situação e se recusa a comê-la:

_ Isso é absolutamente horrível- exclamou Arthur-, a coisa mais repugnante que eu já ouvi.
_ Qual é o problema terráqueo? – disse Zaphod, que agora observava atentamente o traseiro do animal.
_ Eu simplesmente me recuso a comer um animal que está na minha frente se oferecendo para ser morto- disse Arthur.- É cruel!
_ Melhor comer um animal que não deseja ser comido- disse Zaphod.

É um questionamento no mínimo curioso, embora imaginando a cena não fica difícil entender a repugnância de Arthur. O que acha disso? Não me tomem pro prepotente, mas é necessário dizer que para se ler os livros de Douglas Adams e compreende-los a pessoa precisa de certa 'inteligencia', não digo que toda pessoa 'inteligente' vá gostar dos livros, mas em termos de compreensão eles terão mais facilidade. Outros 'menos inteligentes' provavelmente não entenderão nem gostarão.

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4/ 5
Oleh