sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

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Entrevista com o autor: Jim Carbonera



A lista de novos e talentosos autores nacionais é extensa e produz cada vez mais obras de qualidade. Caminhamos a passas alegres para um futuro onde a aceitação do livro nacional se expande. Não é só o talento dos autores que se multiplica, mas também o interesse dos leitores. Com a missão de trazer à vocês mais e mais trabalhos nacionais venho hoje apresentar outra entrevista realizada para o Blog. O ilustre autor escolhido para hoje é um sujeito de títulos e personagens fortes, o porto-alegrense Jim Carbonera, 



1- Fale-nos um pouco de você. Quem você é? O que te move, inspira e diverte?

Sou natural de Porto Alegre e resido ainda hoje nessa cidade que serve de inspiração para minhas escritas. Tenho como principais influências autores latino-americanos. Exemplo: Alberto Fuguet do Chile, Pedro Juan Gutiérrez de Cuba e Reinaldo Moraes do Brasil. Minhas obras têm como cenários ambientes ríspidos, libertinos, melancólicos e atrozes; e meus personagens possuem a subversividade como característica principal. Sigo o estilo literário do Realismo Urbano e Transgressivo. Sou autor dos livros Divina Sujeira (2011), Verme! (2014) e Royal 47 (2015).

2- Qual sua formação?

Sou formado em turismo, mas exerci a profissão apenas por quatro anos. Abandonei-a para dedicar-me integralmente à literatura.

3- Como se da à relação entre você e a literatura?

É uma relação confusa. Às vezes a idolatro, às vezes ela me causa náuseas, ainda mais quando não consigo expressar ou criar o que tenho em mente. Sou muito crítico, nunca estou satisfeito com meu trabalho. 

4- Quais são seus livros publicados? Fale-nos um pouco deles e onde podemos comprá-los.


No site: www.jimcarbonera.com tem todos as informações de onde podem ser adquiridos. Meus livros publicados são: Divina Sujeira, que fala sobre o protagonista Rino Caldarola e suas desaventuras pela cidade de Porto Alegre. Um personagem perdido e que ainda não sabe o que quer da vida. Então vai vagando entre a boêmia local a procura de inspiração sabe lá para que.

Verme!, que se passa dois anos depois do Divina, e demonstra um Rino mais maduro, muito reflexivo e morando com os pais. Agora tem certeza que quer seguir a carreira de escritor mas não acredita que vai conseguir chegar lá. Então vai jogando com a sorte.

Royal 47, que se passa um ano depois do Verme e, desta vez, nos apresenta o protagonista residindo na zona boêmia de Porto Alegre. E entregando-se por completo a essa zona. Um sonho que ele buscava realizar há algum tempo. 

Todos os três o personagem principal perambula entre os mais diversos tipos de pessoas e cenários. Sempre com um realismo explícito. De maneira direta e crua. Sem perder tempo com filosofia barata. 

5- Como se deu sua inserção nesse universo literário? Quais desafios encontrou para publicação de seus livros e como os superou?

Li o livro Factótum do escritor Charles Bukowski. Quando terminei sua última página, estava dominado pelos relatos da obra. E ali pude ver que a literatura era muito maior do que eu imaginava. Que poderiam ser descritos relatos intensos e explícitos sobre temas simples, como um porre, um sexo malfeito etc. A partir daí, comecei a escrever num blog e, conforme elogios eram feitos, me peguei pensando na possibilidade de escrever profissionalmente. E foi o que fiz.

6- Que elementos você considera importante na construção de um personagem? 

Falando exclusivamente dos meus, o que eu mais privilegio é que sejam personagens intensos, muitas vezes com conflitos mais internos. É importante criar personagens densos, carregados de algum peso, seja emocional ou físico. Mas que desperte algo no leitor (mesmo que seja ódio ou repulsa). E isso só se faz com muita pesquisa. Gosto muito de ler e debater sobre psicologia, isso ajuda muito na minha criação, principalmente os espécimes desvairados e que tenham alguma subversividade na maneira de agir ou pensar. 

7- Quais são os livros e autores que inspiram sua vida? Recomenda-me algum.

O principal é o cubano Pedro Juan Gutiérrez. Dele recomendo: Trilogia Suja de Havana e Animal Tropical.

Albero Fuguet: Baixo Astral

Reinaldo Moraes: Tanto faz e Abacaxi

Charles Bukowski: Factótum e Hollywood

Todos tiveram de certa forma influência. Uns mais outros menos mas todos foram importantes para mim. 

8- Fale-me de seus projetos futuros. Tem mais livros a caminho?

Este ano pretendo lançar o último livro da tetralogia do Rino: Além do Caos. Será o gran finale deste projeto que começou em 2010. Tentarei conseguir alguma editora que abrace os 4 livros, para quem sabe lançar num box ou algo assim. E daí vou dar uma pausa na literatura. Estou a fim de me testar em outras esferas narrativas, como roteiros de cinema, por exemplo. Ficção em prosa não tenho mais intenção de escrever nos próximos anos. 

9- O que significa para você esse efeito mágico que a leitura causa nas pessoas, especialmente nas crianças e nos adultos sonhadores?

Toda arte, de alguma forma, causa efeito nas pessoas. Nos tira da nossa realidade, muitas vezes sofrida pra caralho, pra nos jogar numa outra realidade. Mesmo que esta outra também não seja boa, pelo menos é algo novo. A arte é um dos motivos que faz o mundo ser mais equilibrado. Senão já teríamos enlouquecidos a muito tempo. 

10- Escolha uma frase ou parágrafo de um de seus livros para nos inspirar.

É estranho as pessoas colocarem o insucesso e as derrocadas dos relacionamentos no pobre do amor. Não, não. Ele é o menos culpado. Não morremos de amor, é a desilusão e o desgosto que nos esmagam. São nossas próprias ideias, lembranças, perspectivas e agonias que nos transformam em seres introvertidos, amargurados e mal amados. - Royal 47

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Espero que tenha gostado da entrevista, em breve teremos mais sobre cada uma de suas obras aqui no blog. Fiquem atentos!

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Oleh